quinta-feira, 13 de julho de 2017

Voluntariado, solidariedade e opinões - A bola de neve...

PARA LER ATÉ AO FIM!
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Como é do conhecimento de todos, no passado dia 17 de junho, faz hoje 26 dias, salvo erro, deflagrou um incêndio em Pedrógão Grande que se alastrou até aos conselhos limítrofes.
De imediato, foi gerada um enorme onda de solidariedade.
Como estamos no séc. XXI e agora tudo ou quase tudo é partilhado nas redes sociais, até porque as redes sociais, praticamente, já integram os mass media, surgiu uma senhora, a Cláudia, que da forma como podia veio ajudar.
Tirou o rabinho do seu sofázinho, coisa que os profissionais da crítica, a maior parte, nem sequer fazem, estar no bem bom é que é, os outros que se lixem, saiu de sua casa, em Vila Franca de Xira, e veio para estas bandas munida de bens alimentares.
Como a Cláudia jamais podia contribuir com outros recursos, se não bens alimentares e roupa, pediu ajuda aos internautas via Facebook, criando uma página chamada “Ajudar as Famílias e os
Bombeiros de Pedrógão” e lá expôs as situações que lhe eram contadas, o que até acabou por dar resultado e outros vieram dar continuidade ao seu trabalho. Até aqui tudo bem, o problema é que ao fazer estes vídeos, expôs as situações, as pessoas, as suas casas, localidades de trabalho, moradas, etc. O que se segue? Elevado risco de assaltos.
Seja como for ela ajudou! Com que dinheiro? O  que faz da vida?
Com a segunda pergunta, patavina nos diz respeito.
Nos últimos dias, têm se lhe agarrado pessoas com unhas e dentes, ontem num vídeo em direto, que eu cheguei a ver e que entretanto foi apagado, a Cláudia esclarece que todo o dinheiro saiu do seu bolso e que muitos bens foram doados. Não sei qual é a veracidade de tudo isto, um facto é que através da página que a voluntária possui é possível retirar dinheiro e esse dinheiro então ela poderia usar para os auxílios. Cada 1465 visualizações estimadas rendem 4,00 €, como a página tem milhões de visualizações, imaginem quanto não pode retirar.
O dinheiro era usado ou "metido ao bolso"? Pois, isso nós não temos como saber...
Mas já que falamos em "meter ao bolso", falemos sobre o dinheiro do concerto de beneficência e
nalguns voluntários que supostamente estão identificados (sim, também já vamos a esse tema).
Pergunto-me, e pergunto-vos a vós, o porquê de o dinheiro do agigantado concerto de angariação de fundos para o renascimento das terras, ter sido entregue à União das Misericórdias. Qual é a veracidade dessa instituição? Que me pareça, nenhuma! Todos se queixam...
No fim, veremos que haverá dinheiro "metido ao bolso".
Por estes dias muita roupa se recolheu e muita roupa não se deu. Não foram todos, aí uma dúzia dos voluntários, abotoou-se do que era bom! Sim!, levaram para casa as roupinhas que lhes cheirou para mais tarde reutilizarem, lhes darem a chamada "segunda mão". Testemunhas disso e de outras situações vergonhosas, injustas e insólitas por aí não faltam!
Falam ainda que a fulana não estava identificada!? Ao menos não levou nada que não fosse seu para casa (que se saiba, atenção!). Lógico está, que pode ter ficado com o dinheiro da página e com a fama, que de nada lhe vale, para si, todavia que se ficou foi também à custa daqueles que dizem o mal. Se a conhecem e etc. e tal, é sinal que também foram lá à página dar a fatídica espreitadinha.
O Pêpê Carreira, um castanheirense e idem voluntário, escreveu um texto com o qual não discordo de todo, retiraria ali umas partes.
Vivemos após o 25 de abril, felizmente, temos o direito à liberdade de expressão, consequentemente, direito à critica.
No entanto, crítica, opinião, liberdade, são palavras que representam significados diferentes de ofensa.
O Pêpê não teria expressado mal a sua opinião se inúmeras vezes não tivesse ofendido a Cláudia. Ao cometer esta falha perdeu toda a razão.
Ofensa não faz parte da crítica. Somos cidadãos merecemos respeito, independentemente da cor, idade, género, raça, e de tantos outros fatores. Merecemos respeito, ponto!
Tão ofendida, e nalguns aspetos até difamada, publicamente, a Cláudia pode e tem o direito de abrir um processo em tribunal. É crime e é punível por lei!
Como boa pessoa que me parece ser, nega-se a criar ainda mais confusões e a não abrir nada em lado nenhum, mesmo sabendo que o pode fazer.
Pêpê aqui desceste baixo, então tenho-te a dizer: "Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.".
Seria de honra um pedido de desculpas, embora mantenhas a tua opinião. E mesmo que até aches que a senhora é esses nomes todos, guarda para ti.
É de honra também, fazeres um voluntariado honesto, e por isso, os meus parabéns.
Parabéns, por último, pela suposta excelente facilidade do manuseamento do português que apresentas.
Uma vez que já vivemos num período de guerra tão grande no mundo e como as pessoas não sabem nem dar nem discutir opiniões, (falo dos comentários na publicação do Pêpê) fico por aqui.
Se sou a favor ou contra este tipo de solidariedade? Nem contra nem a favor. Desde que traga mais benefícios que prejuízos... Como se aqueles que temos não bastassem...
Acrescento só mais uma coisinha, se começarem todos os voluntários em "tricas e putricas" uns com os outros, não haverá voluntariado nem solidariedade que resista.
" Acho deplorável este bate boca, de quem diz que faz e não faz, de quem é bom ou mau... O que é certo é que tudo funcionou mal, desde o minuto em que o incêndio começou... e continua a funcionar mal, porque se assim não fosse, não apareceriam pessoas fora das organizações de apoio... pois a ajuda já tinha chegado primeiro e as supostas fraudes seriam de imediato identificadas... E como aqui foi dito, não haveria pessoas a receber mais e outras (talvez com mais necessidade) nada. Organizem-se e deixem-se de insultos... Aproveitem melhor o vosso tempo em prol dos outros... já que é isso que tanto apregoam!!!" - dizia uma senhora nos comentários da publicação e com a completa e devida razão.
Pensem nisto!



A hiperligação para o texto do Pêpê Carreira e o texto:
Hiperligação: https://www.facebook.com/pepe.carreira.7/posts/10203613466334170
O texto:
"Eu nem queria porque quanto mais atenção se dá, mais publicidade fazemos, e ela é tão desejada que emana um cheiro nauseabundo a podridão interior, em que o maior odor provém da zona onde deveria morar um cérebro. Mas enfim, o imperativo de proteger as populações já tão fustigadas pelo incêndio, assim o exige.
Não costumo também apelar a que partilhem as minhas publicações porque penso que as pessoas devem publicar aquilo com que se identificam. Neste caso peço. Para que as pessoas estejam alertadas para os perigos que as redes sociais podem representar, mas também para que, neste contexto, não sejamos surpreendidos por gente mal-intencionada. Esta tragédia pode ser usada para que muitos lobos vistam pele de cordeiro.
Permitam-me uma pequena introdução antes de abordar o tema:
Apesar de andar no terreno desde dia 17 de Junho, penso que ainda não tirei uma única “selfie” enquanto desenvolvo a actividade, nem nenhum vídeo em que entrego bens à população, nem tão pouco escrevo relatos da quantidade enorme de vezes em que me vieram as lágrimas aos olhos ao falar com as pessoas. E porquê? Porque em primeiro lugar, não estou a entregar nada que seja meu, sem ser o meu amor. Depois, porque não me sinto bem ao expor a frágil situação das pessoas, nem acho que seja o momento oportuno para andar a aproveitar a desgraça dos outros para me promover enquanto ser humano ou para publicitar a minha preocupação com estas gentes. Não condeno quem o faz, mas a mim, transmitiram-me valores e princípios dos quais não abdico. Poderia vir aqui falar novamente do valor moral das acções que me foi ensinado pelo professor Paulo Sá e que, não tendo sido um aluno brilhante – longe disso – absorvi e preocupei-me sempre em utilizar a razão para que as minhas acções fossem sempre desprovidas de quaisquer condicionantes ao seu valor moral. É a minha maneira de ser, e gosto assim.
Tenho lidado com críticas de todo o tipo, ouvido tudo e mais alguma coisa e ficado contente porque a minha motivação e a minha vontade de ajudar continua intacta. E continuará. Tenho reconhecido erros a mim próprio durante esta missão, tenho reconhecido erros na equipa e tenho reconhecido erros na estrutura global, mas também sei que o primeiro passo para melhorar, está sempre, em qualquer situação, no reconhecimento dos erros.
Agora, francamente, estou-me a marimbar para se as pessoas acham que faço bem ou faço mal. Estou (estamos) a fazer o melhor que sabemos e podemos e geralmente, os críticos, sejam eles profissionais ou voluntários – que também os há – são pessoas que não estão no terreno, nem nas sedes e é gente que está auto-encarregue de procurar as falhas para as apontar e demonstrar a sua revolta… mas ainda não mexeram uma palha… imagino que se mexessem, haveria homicídios todos os dias. O que é certo é que temos estes energúmenos para lançar o pânico enquanto se auto-promovem. Bons samaritanos que trabalham só com uma mão, porque a outra está a segurar o telemóvel.
Um destes críticos profissionais, é o Sr. que fez um vídeo em Pedrógão Grande em que o centro de recolha de donativos estava fechado. Pois bem, deveria estar fechado? Claro que não. Mas porque é que estava fechado? Não teria a pessoa responsável saído para ir levar roupa a alguma família necessitada? Não poderia estar o centro de recolha fora do horário de funcionamento? E o tempo que demorou a fazer o vídeo, não podia ser utilizado para alertar alguém para o facto de estarem pessoas vindas de longe à espera? Não poderia a pessoa responsável ter ido almoçar? Jantar? Ido ao WC? É que todos (quem anda no terreno) sabemos que estas rações de combate que comemos há quase 1 mês, tornam o processo de defecação mais difícil. Mas isso não interessa nada. Interessa é estar à espera de telemóvel em riste, de uma falha para descredibilizar quem está a fazer o seu melhor de forma voluntária. É natural que estes críticos profissionais, não tenham sensibilidade para tais condicionantes e aproveitem os seus 5 minutos de glória para apontar o dedo! No meu entender, o dedo teria melhor destino, mas adiante.
Temos uma fulana que, assim que esta tragédia tomou forma e atingiu estas proporções, decidiu criar uma página chamada “Ajudar as Famílias e os Bombeiros de Pedrógão”. Este nome, naturalmente chamou a atenção de muitos utilizadores do Facebook que, sendo os mesmos Portugueses que criaram esta onda de solidariedade com a qual tenho lidado todos os dias e que se mantém muito activa, naturalmente estão dispostos a ajudar. Nós somos assim e até aqui, tudo é indesmentível.
O que não é indesmentível é o vídeo que se tornou viral, de uma sujeita que levou água aos Bombeiros que naturalmente aceitaram e que se emocionou por os Bombeiros beberem água. E até aqui, temos uma jovem simpática que filmou o momento em que deu água aos Bombeiros, que até se emocionou e que depois, teve uns likes e umas partilhas. Apesar de ser o primeiro de muitos actos de auto-promoção, foi um momento bonito devo dizer.
O problema é que a mesma sujeita, depois desse momento bonito e desse gesto solidário, decidiu pegar no seu telemóvel e desatar a fazer vídeos em que fala com esta e aquela pessoa, em que deu isto e aquilo e em que divulga as localidades, as casas, o agregado familiar das pessoas, enfim, entrega o ouro ao bandido, mostrando pormenorizadamente onde estão os alvos mais fáceis. Mas todos achamos isto muito giro, confundimos propaganda com solidariedade e assim, todos vemos isto como um acto solidário, mesmo antes de nos questionarmos acerca de qual será a actividade profissional desta sujeita e que possível interesse moverá esta angariação de bens para “ajudar” a população?
O que mais me despertou a atenção para as reais intenções desta fulana, foi o facto de quando educadamente lhe disse que o contributo dela era válido e que gostaria que ela estivesse articulada com os Médicos do Mundo, no sentido de nos ajudar a sinalizar casos que necessitassem de ajuda para os podermos suprir, mesmo depois de lhe dizer que até podia fazer os vídeos e ser ela a entregar, mesmo demonstrando total respeito pela sua actividade, dando a minha opinião de que com menos Show Off a ajuda era mais eficaz, o que ela decidiu fazer foi bloquear-me da página. Ora pois…
Então uma fulana que quer ajudar, que se preocupa e que pede ajuda porque está muito sensibilizada com a situação das pessoas, não quer resolver o problema em 10 minutos, prefere fazê-lo em 2 ou 3 dias?! É que, se fosse pelo vídeo, até temos um powerbank que podíamos emprestar se não tivesse carga no aparelho… mas a sujeita prefere bloquear quem lhe sugere que pode ajudá-la a ajudar. Com que intenção?
O que levaria alguém que realmente quer ajudar outrem, a não aceitar a ajuda de quem está no terreno e tem os meios para suprir as necessidades em 10 minutos? É que a partir daqui e a partir do momento em que a fulana me bloqueia e não me esclarece, tenho liberdade para interpretar os factos consoante estes me ocorrem.
1- Podemos estar na presença de uma burla, em que a sujeita faz uns vídeos, pede bens e entrega parte deles, aproveitando esta enorme onda solidária para tirar dividendos e encher a sua conta bancária, passando a compensar a tal crise familiar que diz viver. Pode estar a ajudar e simultaneamente a ajudar-se.?
2- Podemos estar na presença de alguém que em simultâneo sinaliza casos para receberem ajuda e para serem roubados, evidenciando os casos mais delicados de pessoas que vivem sozinhas e que estão assim vulneráveis?
Ao contrário de muita gente, eu recebo de braços abertos toda e qualquer ajuda que nos possa chegar. Infelizmente estamos numa situação em que precisamos que nos ajudem e, independentemente da subjectividade das intenções de quem faz chegar essa ajuda ao terreno, objectivamente necessitamos de todos para responder a uma população em franca debilidade de recursos. Contudo, se esse contributo levantar algumas dúvidas, como este levanta, devemos estar alerta.
Estar alerta é chamar as autoridades quando virem essa senhora nas nossas aldeias, dentro das nossas casas, e pedir para a identificarem. Protegerem os vossos familiares desta pessoa de intenções duvidosas. Tenho recebido vários grupos informais de voluntários, temos acompanhado esses grupos ao terreno e apoiando a sua acção, nos moldes em que estes desejam intervir. Apenas queremos estar articulados com eles para saber que necessidades estão a suprir porque é menos uma na nossa vasta lista. Pedimos que se identifiquem por precaução porque não duvidando de ninguém, vamos levar pessoas que não conhecemos a casa de pessoas que conhecemos, devemos, no mínimo, saber quem são.
Mais uma vez, como Castanheirense de alma e coração, aceitamos e agradecemos todas as ajudas que possam chegar à nossa população, apenas pedimos que nos informem para que possamos dar os casos sinalizados como supridos e assim concentrar os nossos esforços em outros casos.
Quanto à sujeita que anda por aí, façam chegar-lhe o seguinte recado:
Se vier a Castanheira de Pera, vá voluntariamente identificar-se às autoridades, porque eu vou chamá-las se a vir por cá e vou fazer um directo quando lhe cair a máscara.
Ah, e “bloqueie-mos”!"

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